Pombo Gentil

Quem muito abaixa, desnuda a alma

Carente de doar, sem nunca receber

Outra face para bater

Da sobra do dia 

Sobrevive do entardecer 

Da fome dos pombos 

Da solidão anciã 

 

É poça que finge mar 

É colo sem peito

É só(rriso)

É aRdor sem clamar

 

É  pura antonímia

Acolhe seu próprio abandono

Agrada seu desamor

É metáfora gentil 

Mesmo com gentalha hostil

Como o poeta, é um bom fingidor

Finge colo tão bem que esquece o dessabor